Sabem qual a maior dificuldade das instituições militares nos dias atuais? Conseguir manter os jovens mais preparados intelectualmente dentro das instituições. Motivo? A busca constante por melhores salários. Mas por que tem que ser assim? O que mudou?
Em verdade, costumamos dizer que o que mudou foi a qualidade tecnológica mas, o homem, este continua o mesmo. Em verdade, se levarmos em consideração os efeitos educacionais, mudamos sim, e muito; basta lembrar que há bem pouco tempo o grau de instrução mínimo necessário para participar de concurso para Soldados (já entrando em nossa área), era o equivalente à 4ª série primária. Quais os efeitos disso? Bem, o baixo grau de instrução forjava homens que raramente questionavam ordens de seus superiores, mas não era isso que nosso País buscava buscávamos homens instruídos, militarizados, capazes de compreender a importância técnica da ordem de seus superiores para agir, sem questionar, no instante certo; no momento exato. Queríamos construir um Brasil sólido e preparado para o século XXI. Enfim chegamos, com dificuldades mas chegamos.
Esse passeio anterior foi essencial para compreendamos que Militar e Militarismo são coisas distintas.
Militar é o SER; o indivíduo que ingressa em uma determinada instituição militar e,
Militarismo, bem, este é o espírito da atividade castrense; Militarismo é, de forma final, o
modus vivendi, ideologia, filosofia, uma doutrina tal como o cristianismo, o budismo, xintoísmo, entre outras. Assim, o indivíduo pode ser militar sem acreditar em seus dogmas, ou seja, para se ter um militar, este não precisa estar imbuído de militarismo. Só tem um problema: como pode alguém dizer que não acredita no militarismo e nele conviver? É que este não entendeu a dimensão exata de sua atividade.
Explico: o SER, para estar Militar precisa dispor de seu bem mais precioso: sua vida (o que não é tema para este momento e trataremos, noutro post). Então, a mim me parece incongruente que o cidadão se torne militar, fazendo-o em ato obrigatoriamente solene, abrindo mão de sua vida. Ou seja, este jovem que ingressa nas fileiras das corporações militares, se não imbuído de militarismo, decerto não entenderá os rigores quase excessivos da atividade. Lembrando que o que excede é punível eis que, apenas entendo por Militarismo, o que permeia de forma reta, na atividade castrense o resto é anti-militarismo, passível de enquadramento do direito penal militar.
Cumpre ressaltar a lembrança de que Hierarquia e Disciplina são bases do Militarismo, por outro lado, os princípios da Disponibilidade da Vida e
Sacerdotio Cartrensis, as bases do Militar. (estes últimos desenvolvidos por mim).
Fica claro agora que, o que motiva os indivíduos a serem ou não, militares é exatamente o fundamento filosófico: O militarismo.
Mudando um pouco mais, trago ainda, outro questão: pode alguém que não é militar, ser Militarista?
Entendo que sim; ora, se o contrário é fato inconteste (o militar que não é militarista), porque então o indivíduo civil não pode ser militarista? Dessa forma, sou convicto de ser um civil em nosso país investido de princípios militares, bem como em geral, os bons atletas de esportes Marciais (o termo "artes marciais" vem exatamente do fato de que tais estilos de luta são oriundos dos treinamentos dos militares do passado, os quais eram revestidos de dogmas e ritos solenes próprios e estes foram transportados até dias atuais).
E qual a maior dificuldade enfrentada? Essa dificuldade repousa exatamente na capacidade de posicionar o Militar e seu Militarismo no Estado de Direito. A sociedade moderna tem dificuldades claras em compreender os rituais, o simbolismo, os atos solenes e, muito menos, os rigores; o próprio militar, de tanto ter sido cobrado, passou a mais se parecer com um Humanista Servidor Público, o que ele não é... Bem, a cobrança da nossa constituição cidadã por direitos, notadamente, os humanos, parece não dar espaço ao Rigor Espartano. Veremos que não é bem assim. mas isso é assunto para outro post. rsrsrrss
Sou Militarista, e você? Qual a sua bandeira?
A pergunta que deixo sem resposta ao momento é a seguinte: cabe o militarismo nos mundo de hoje? (reflexão)
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